sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Doenças Cardiovasculares com alta incidência em idosos

Apesar de não muito recente a tabela acima mostra que as doenças cardiovasculares são as principais causas de morte entre os idosos, e os números hoje ainda são altos.


Aterosclerose


Durante o envelhecimento as paredes dos vasos sofrem espessamento e se tornam rígidas, o que as fazem mais susceptíveis a lesões. Quando lesionados os vasos atraem uma grande quantidade de monócitos (um tipo de leucócito) que se prendem ao local da lesão, e posteriormente se transformam em células que acumulam gordura. Ao longo do tempo, essas células se acumulam causando espessamento das paredes dos vasos, essas placas chamadas ateromas, são constituídas principalmente por colesterol, células musculares lisas e células do tecido conjuntivo. As artérias afetadas pelos ateromas perdem a sua elasticidade e a medida que eles crescem tornam-nas mais estreitas. Essas placas também sofrem com a calcificação, o que tornam as artérias ainda mais susceptíveis a rompimento. O ateroma pode evoluir a um trombo (se solta da parede e cai na circulação podendo obstruir outra artéria importante, como no caso do AVC), ou então à uma embolia ( obstrução total da artéria em que se encontra).

Os principais fatores de risco para a ocorrência da doença são :
1.hipertensão arterial
2. níveis sanguíneos elevados de colesterol
3.tabagismo,
4.diabetes
5.obesidade
6.falta de exercício físico


Doença Arterial Coronariana




É um tipo especial de aterosclerose, onde as artérias coronárias, que são as que nutrem o coração, são obstruídas.  Um dos principais sintomas dessa doença é a chamada angina pectoris, que é uma dor torácica transitória ou uma sensação de pressão que ocorre quando o miocárdio não recebe oxigênio suficiente. A evolução mais séria da doença leva ao infarto do miocárdio, quando a irrigação de determinada região do coração é totalmente interrompida ou drasticamente reduzida por alguns minutos, o que acarreta a morte do tecido cardíaco, o tamanho da lesão determina o nível de gravidade do infarto, causando a morte do indivíduo ou uma insuficiência cardíaca, pela redução da capacidade de bombear o sangue pelo tecido morto.

Angina pectoris


Aneurisma da Aorta abdominal e torácica



Um aneurisma é uma protusão na parede da artéria, de forma sacular. Ela se desenvolve nas paredes de vasos fragilizados, são grandes fatores de risco a hipertensão arterial e a aterosclerose. Quando ocorre na aorta abdominal tem como principal sintoma um dor forte na região abdominal, já na aorta torácica, o aneurisma causa uma pressão nas estruturas que estão em contato com a aorta torácica, como por exemplo, o esôfago.



Insuficiência Cardíaca


É a doença na qual a quantidade de sangue bombeada pelo coração não é suficiente para suprir as demandas normais de oxigênio e nem de nutrientes do corpo. O coração não consegue suportar a carga de trabalho. São inúmeras as doenças que podem causar insuficiência cardíaca, como estenose das valvas cardíacas, a aterosclerose, a obesidade, diabetes. Os principais sintomas são a fraqueza e o cansaço.




Postado por Meyrianne Almeida 

Referências:





segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Envelhecimento e doenças Cardiovasculares, o que tem a ver?




O envelhecimento é um processo normal que ocorre em todas as células do nosso corpo, não simultaneamente. Como já esclarecemos em outras postagens, esse processo é explicado por várias teorias, que podem está associadas entre si, estruturando o envelhecimento normal. Então, por que as doenças cardiovasculares tem maior incidência em pessoas idosas, já que envelhecer é normal?
Vários são os motivos que levam a esse fato, tentarei discorrer alguns deles. Com o avanço da idade, os mecanismos de controle dos produtos tóxicos, decorrentes das reações do organismo, se tornam menos eficientes, gerando o chamado stress oxidativo. O excesso desses produtos dentro das células, sendo o principal deles a lipofuscina (produto da digestão de restos celulares e bastante tóxica, conhecida como a substância da velhice), faz com que elas iniciem a apoptose (morte celular programada), assim as células cardíacas se degeneram.
Ao mesmo tempo em que existe a redução do número das células cardíacas, as que restam sofrem com o depósito de colágeno. E ao contrário do que se pensa, o coração idoso hipertrofia, por causa dessa deposição, principalmente o ventrículo esquerdo. Também, devido ao colágeno, as valvas cardíacas  ficam espessas e rígidas, e muitas vezes esse espessamento chega a gerar o sopro cardíaco, já que as valvas tem o importante papel de controlar o fluxo de sangue para os ventrículos, e isso pode se acentuar a ponto de acarretar problemas mais sérios. Em geral em todas as células ocorre calcificação.





O coração tem um sistema especial de células que controlam a frequência cardíaca, como um marcapasso natural, são células cardíacas especializadas capazes de transmitir impulsos nervosos. Esse sistema é formado pelo nódulo sinoatrial, nódulo atrioventricular, feixe de His e feixe de Purkinje. Quando envelhecemos, nesse sistema ocorre perda celular, com substituição por tecido fibroso e gordura. Assim, é natural em pessoas idosas a frequência cardíaca ser reduzida.
Depois de mostrar o que ocorre naturalmente com o sistema cardiovascular durante o envelhecimento, agora sim, vamos falar das patologias. Um conjunto de fatores pode levar à predisposição às patologias cardíacas, que tanto atingem os idosos, eles funcionam acentuando as alterações normais do organismo, é como se fossem gatilhos para as doenças. Entre eles a obesidade, o fumo, a falta de prática de exercícios físicos, a diabetes e o tabagismo, ao longo dos anos o estilo de vida adquirido pela pessoa pode ser preponderante para a ocorrência das doenças.


As doenças mais comuns como a aterosclerose, insuficiência cardíaca, hipertensão, estenose aórtica, doença coronariana, infarto do miocárdio, angina, estão em geral ligadas entre si. Algumas funcionam como um sintoma para as mais sérias e fulminantes, como a hipertensão e estenose aórtica, sinalizam que algo está em desacordo no organismo. Infelizmente, essas doenças “sinalizadoras”, quase sempre são assintomáticas, até uma evolução mais grave, como um infarto, por isso a importância de um acompanhamento médico frequente.

Como já disse é normal o coração idoso ter uma redução na frequência cardíaca, por isso percebemos que pessoas mais velhas não conseguem desenvolver atividades tão desgastantes com a mesma habilidade de um jovem, o oxigênio não é aproveitado em sua totalidade e a capacidade de compressão dessa bomba que temos está reduzida. O corpo possui uma estratégia para tentar aumentar a pressão dos vasos e com isso aumentar também a frequência, o sistema responsável por isso se chama “Renina-angiotensina-aldosterona”. A renina é uma proteína produzida nos rins, que além de ajudar na retenção de água, promove a ativação do angiotensinogênio, produzido no fígado, em angiotensina-I. A angiotensina-I se modifica em angiotensina-II, e essa é fundamental para a eficiência do sistema, ela é vasoconstritora, promove o aumento da retenção de Na+  e água, estimula a liberação de aldosterona, que também aumenta a retenção de água, e ela também estimula a liberação das catecolaminas. Toda essa primeira parte do sistema faz com que nos vasos haja mais líquidos o que aumenta o fluxo, e também a frequência, entretanto, o sistema não para por ai, ele vai estimular os receptores elétricos do coração para aumentar a velocidade dos batimentos. As catecolaminas, são neurotransmissores como noraepinefrina, adrenalina, ao serem liberadas elas aumentam o ritmo cardíaco ativando os receptores β-adrenérgico, o que causa vasoconstrição, elas promovem a perda de K+ e Mg+ pelo miocárdio, ao deficiência de O2 aumentando a captação de Ca+ o que inativa as mitocôndrias (local da célula responsável por produzir a energia que utilizamos). Na corrente sanguínea as catecolaminas sofrem oxidação, gerando radicais livres, o que em idosos pode se acentuar causando o quadro chamado cardiotoxidade, o que intensifica a degeneração das células.

Fonte: hipertensao22010.blogspot.com

Essa sistema de controle da frequência cardíaca, é bastante eficiente, no entanto quando é ativado sob condições inapropriadas, pode ser um contribuinte para a doença. Em pessoas por exemplo, que tem o hábito de consumir alimentos muito gordurosos, e não possuem uma dieta equilibrada, ao chegar à idades mais avançadas, os vasos não são tão resistentes como antes e sofrem algumas pequenas lesões, no espaço dessas lesões as placas de gordura se fixam, e ocorrem a calcificação, doença que chamamos de aterosclerose. A aterosclerose, pode gerar um quadro de hipertensão cardíaca, já que reduz o diâmetro dos vasos, e o fluxo de sangue continua o mesmo. Não raramente essas placas podem entupir vasos importantes como os que nutrem o coração, as artérias coronárias, causando um infarto. Outras vezes, essas placas se soltam da parede do vaso de origem e são carregadas pelo corpo através do fluxo sanguíneo podendo causar um AVC (acidente vascular cerebral), ou trombose. Como o sistema “Renina-angiotensina-aldosterona”, acelera o coração, ele pode também associado ao estilo de vida que o indivíduo possui, funcionar como um gatilho para o aparecimento de algumas doenças, como no exemplo dado acima.
É importante, que vocês estejam cientes de que um coração saudável se constrói ao longo da vida toda, e nunca é tarde para se tomar atitudes que podem salvar a sua vida, como uma dieta balanceada, práticas de atividade física, curtir a vida sem stress, não fumar, assim o nosso corpo não terá motivos para não agradecer. Lembrem-se os maus hábitos podem nos fazer vítimas de nós mesmos!!!

Nada melhor do que o amor para conservar o coração saudável!
Postado por: Meyrianne Almeida Barbosa

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Ufa! Depois destas perguntas...


o velho cansou...
boa noite a todos....zzzzzzzzzzzzz

Pergunta que o velho responde nº 1

1) Por que a replicacao de uma fita de DNA e' feita continuamente e a outra de maneira descontinua?                

E qual a interferência da telomerase nesse processo? (pergunta do grupo Abobrinhas da Mídia)

Resposta para a 1ª pergunta: Tal fato ocorre devido a uma propriedade da enzima DNA polimerase. Uma dupla hélice de DNA tem duas fitas, sendo uma orientada no sentido 5' ---> 3' e a outra no sentido 3' ---> 5' ; a DNA polimerase só faz a "construção" de uma nova fita de DNA no sentido 5' ---> 3'.



Então basicamente funciona assim: na fita orientada 5' ---> 3' a DNA polimerase I atua linearmente ao longo de toda fita, ou seja, a medida que a percorre, a replica.

Já para fita 3' ---> 5' é exigido um aparato um pouco mais complexo: devido a sua orientação a DNA polimerase precisa dar "um jeitinho" de ler uma fita 3' ---> 5' no sentido 5' ---> 3', para isso ela recorre a enzima primase que constrói uma pequena cadeia de RNA chamada primer. Do ponto onde está o primer até a ponta de outro primer (na orientação 5' ---> 3') a DNA polimerase pode trabalhar da forma certa; o processo se repete gerando essa replicação fragmentada (as partes de DNA entre os primers de RNA são chamados Fragmentos de Okazaki), os primers são posteriormente removidos e substituidos por DNA e por fim todos os fragmentos da fita tardia são unidos pela DNA ligase.

*A réplica da fita 5' ---> 3' é chamada de leading strand ou fita lider; a 3' ---> 5' é chamada lagging strand ou fita tardia.

Resposta para a 2ª pergunta: A telomerase não interfere exatamente nesse processo, mas ela demarca o fim do ciclo replicativo da célula.
Sucintamente o que a telomerase faz é manter ou até elongar uma sequencia de nucleotídeos não codificantes que ficam na ponta dos cromossomos em uma região denominada telômero. A função do telomero é basicamente proteger as sequencias codificantes cromossomo dos danos causados pelo stress oxidativo, isso permite que o genoma não se desestabilize e também que as células continuem se proliferando.

*Vejam uma animação sobre a replicação do DNA:

Pergunta que o velho responde nº 2



2) Sabe-se que as pessoas mais velhas não doentes apresentam diferentes níveis de esclerose. E a degeneração de células nervosas pressupõe alterações de comportamento e metabolismo bastante parecidas com as alterações típicas do Mal de Alzheimer. O que determina, entao, a diferença entre velhice e doença?                        
(pergunta do grupo Bioquímica do Colesterol)
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Resposta:
Existe um limiar entre o processo normal de envelhecimento e o mal de Alzheimer, que é chamado pela neurologia de “comprometimento cognitivo leve”, onde apenas quadros de falhas de memória são identificados. Existe uma dificuldade pelos especialistas de delimitar até onde é normalidade, isso porque a doença já carrega consigo a dificuldade de ser diagnosticada com clareza. O mal de Alzheimer caracteriza-se por se relacionar com um único gene ou um modelo multifatorial com múltiplos genes e/ou fatores não genéticos. As principais mutações são no gene precursor da proteína beta-amilóide, beta-PAA, no cromossomo 21. A alteração no processamento da proteína beta-amilóide e a hiperfosforilação da proteína TAU formam as chamadas placas senis e as tranças neurofibrilares,  sendo os marcos da doença de Alzheimer. A deposição da proteína beta-amilóide desencadeia a morte neuronal, consequentemente, a perda sináptica, criando a situação característica da doença; perda de memória e diminuição progressiva da capacidades cognitivas.
Alguns autores defendem que as placas neuríticas podem ser encontradas em cerébros de pessoas idosas sadias como um processo natural do envelhecimento, no entanto é mais provável que quando ocorre essa deposição, ela quantitativamente corresponda a fase assintomática da doença.  No processo normal de envelhecimento, as células sofrem morte celular, geralmente por deposição de substâncias tóxicas como a lipofuscina. Além da apoptose no envelhecimento ocorre também a esclerose, sendo em quantidades controladas, já que o desregulamento desse processo também acarreta outras doenças. A esclerose na maioria dos tecidos se caracteriza pela deposição de placas fibrosas, geralmente, colágeno, diminuindo a capacidade e especificidade do tecido, no sistema nervoso central, a esclerose ocorre desmielinizando os axônios, os efeitos disso podem ser percebidos facilmente nas pessoas mais idosas, e às vezes se confundem com doenças neurodegenerativas. É  importante, esclarecer que como já foi dito as incapacidades provocadas pela doença são motivadas por fatores distintos, apesar de serem agravadas pelo fator envelhecimento,  e aparentemente parecerem a mesma coisa.
Assim, podemos concluir que diferenciação do processo normal de envelhecimento da patologia DA é feita a nível celular, analisando os processos bioquímicos que são mais incidentes em cada um, lembrando que o mal de Alzheimer possui um conjunto de fatores que o caracterizam e que podem sim estar relacionados com o envelhecimento, mas a ocorrência desses fatores tem maior incidência no processo patológico. O envelhecimento é um processo normal, e alterações nesse processo podem desencadear patologias e/ou acentuar outras. Espero que tenhamos esclarecido a dúvida!!!

Pergunta que o velho responde nº 3

3) Como funciona o mecanismo dos telomeros e de suas enzimas em células cancerígenas, considerando que as mesmas conseguem se manter jovens e "imortais"? (pergunta feita pelo grupo dos Corticoides)
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Resposta:

A relação entre alterações teloméricas e o desenvolvimento de câncer foi proposta há bastante tempo, na medida em que na maioria das células tumorais os telômeros apresentam atividade, estrutura ou/e tamanho anormal. As células cancerígenas, ao contrário da grande maioria das células humanas, não passa pelo processo de senescência replicativa, ou seja, os seus telômeros não chegam a um limite de encurtamento em que a célula não poderá mais se dividir. Essa ausência de senescência é causada pelo aumento da atividade da enzima telomerase (enzima que catalisa a formação dos telômeros impedindo que eles sofram encurtamento). Por esse motivo as células tumorais apresentam capacidade replicativa ilimitada, sendo muito difícil controlá-las para impedir que elas se disseminem, aumentando os déficits dessa terrível doença chamada câncer. A ação da telomerase no câncer mostra-se um promissor caminho para os estudos que visam à cura do câncer.

O gráfico acima correlaciona o tamanho dos telômeros com o número de divisões celulares, perceba que as células tumorais não entram em atividade apoptótica, elas se tornam imortais e multiplicam-se indefinidamente graças à ação da enzima telomerase que não permite o encurtamento dos telômeros.

sábado, 11 de dezembro de 2010

O uso de suplementos antioxidantes em humanos

              Suplementos contendo antioxidantes e que foram incluídos na alimentação diária de animais de laboratório ocasionalmente foram efetivos em prolongar a vida, apesar de acreditarem que esses tratamentos são eficientes também na redução da morbidade.Certamente,indivíduos que apresentam deficiências em seus níveis de antioxidantes apresentam um risco significativo para doenças cardiovasculares,câncer e outras patologias relacionadas ao envelhecimento.Estudos epidemiológicos recentes mostram que alimentação associada a tipos específicos de antioxidantes oferecem potencial de diminuir o início de doenças decorrentes do envelhecimento e de retardar o aparecimento de distúrbios psicológicos.Muitos estudos mostram que indivíduos que consomem altos níveis  de antioxidantes (especialmente vitamina E),tiveram o risco de doenças cardiovasculares reduzido.Também há evidências de que a vitamina C promove proteção contra cânceres e pode diminuir a pressão sanguínea em pessoas hipertensas.
              Esses estudos são encorajadores, mas não definitivos. É  possível  que um componente apresente mais de um efeito.Ácido ascórbico é usualmente um protetor contra os radicais livres,mas na presença de excesso de metais ele se torna um formador de radicais livres.Tocoferol (vitamina E),pode atuar como um procoagulante. Portanto, prever os resultados da aplicação de doses farmacológicas desses produtos é algo difícil.Uma pesquisa que incluía 30000 ex-fumantes foi realizada,por meio da ingestão diária de (alfa) tocoferol e (beta)caroteno.Participantes que receberam (alfa)tocoferol mostraram um aumento de 18% na incidência de câncer,se comparados a participantes que não receberam esse suplemento.
              As frustrações decorrentes desses estudos foram reforçadas por duas novas descobertas realizadas nos Estados Unidos: a eficácia de retinol  e o estudo de assuntos relacionados à saúde feito por médicos.Em uma pesquisa envolvendo mais de 18000 pessoas,fumantes e expostos a altos níveis de amianto foram alimentados com doses diárias de (beta) caroteno,vitamina A ou um placebo por aproximadamente 8 anos.Os indivíduos que ingeriram (beta)caroteno apresentaram um aumento de 28%na incidência de câncer e tiveram uma taxa de mortalidade aumentada em 17% se comparados ao grupo controle.Não houve diferenças entre os grupos na incidência de câncer ou doenças cardiovasculares.
              Em suma,a ingestão desses tipos de suplementos anteriormente citados precisam de um melhor entendimento antes de sua recomendação.
              O deprenyl(visto possivelmente como fator capaz  de retardar o envelhecimento) é um inibidor  específico da monoamina  oxidase B (MAOB),uma enzima envolvida no metabolismo da dopamina,importante neurotransmissor.
              O deprenyl também apresenta a habilidade de neutralizar os efeitos neurotóxicos de certas drogas ilícitas e é um efetivo agente terapêutico no tratamento de mal de Parkinson.Acredita-se que o Parkinson é conseqüência de metabólitos neurotóxicos produzidos pela ação da dopamina no cérebro. O deprenyl não apenas inibe o aumento da atividade da MAOB no cérebro(decorrente do envelhecimento),mas também bloqueia a absorção de dopamina.A descoberta interessante é que tratamento feito em ratos utilizando do deprenyl mostrou um aumento da longevidade e esse efeito foi observado sem utilizar efeitos de restrição de dietas.
              Um resumo de estudos recentes utilizando ratos submetidos a doses de deprenyl mostram que os animais apresentaram aumento da longevidade.Um efeito coexistente foi o decréscimo na fecundidade de ratos machos.A atividade antioxidante do deprenyl e sua habilidade de induzir atividade de defesa(por meio de antioxidantes) no corpo humano,mostram a efetividade de deprenyl em prolongar a vida.Enquanto que  em alguns experimentos o uso de antioxidantes mostrou-se ineficaz,em outros houve evidências de que danos associados ao envelhecimento celular podem ser atenuados,caso ocorra o uso dessa substância.

Postado por: Rafaella Bernardes

domingo, 28 de novembro de 2010

Telômeros: prêmio Nobel de medicina de 2009

              No ano de 2009, Elizabeth H. Blackburn, Jack W. Szostak e Carol W. Greider foram laureados com o prêmio Nobel de fisiologia e medicina.



              Mas por que o vanglorioso Instituto Karolinska localizado em Estocolmo premiou esses três pesquisadores? Simples, esses nobres cientistas foram responsáveis pela resolução de um enigma que se arrastava há décadas sem ser solucionado: O problema da replicação das pontas do DNA. Graças ao incessante estudo realizado por eles, hoje sabemos o mecanismo utilizado pelas células para impedir o encurtamento dos cromossomos. Até bem pouco tempo, um bom geneticista molecular seria incapaz de responder o seguinte questionamento feito por qualquer um que se aventurasse nas pesquisas de genética molecular: se todas as sequências de DNA antes de serem replicadas precisam de um iniciador (primer), que se ligará à fita que deve ser copiada e a DNA polimerase só agirá do primer para baixo, como a sequência em que está inserida o primer vai ser replicada? Resposta: a enzima telomerase catalisará a formação dessa sequência inicialmente não replicada.



       Em 1975 Elizabeth Blackburn começou a trabalhar com as recém-descobertas, e promissoras, sequências repetitivas de DNA terminal na Universidade de Yale, Connecticut, Estados Unidos. Ela rapidamente descobriu a sequência de nucleotídeos que se repetia nas extremidades dos cromossomos, essa sequência era um hexanucleotídeo CCCCAA (quatro citosinas e duas adeninas). Coincidentemente na mesma época Jack Szostak, um pesquisador que acabara de se estabelecer em Harvard, Massachusetts, Estados Unidos, iniciava seus estudos com as extremidades de cromossomos. Ele descobriu que a adição de terminações de plasmídeos de uma bactéria a uma célula fúngica produziria diferentes rearranjos e interações entre as moléculas de DNA impedindo a manutenção da vitalidade da célula fúngica. Esses dois cientistas resolveram reunir esforços, e as ciências biológicas hoje agradecem muito por isso, e ver o que aconteceria com a adição do hexanucleotídeo aos fragmentos de plasmídeos, o resultado foi exatamente o esperado por eles, a sequência CCCCAA conseguiu estabilizar as terminações do plasmídeo. Esse brilhante experimento permitiu a conclusão de que as sequências CCCCAA eram realmente os telômeros, porém ainda não se sabia como eles se replicavam.
      O destino resolveu dar outra mãozinha a Elizabeth Blackburn, uma eficiente aluna de doutorado, orientada por Blackburn, Carol Greider, conseguiu solucionar o problema. Ela adicionou a sequência complementar do hexanucleotídeo CCCCAA, ou seja, TTGGGG e observou que uma enzima catalisava esse processo. A enzima era um complexo de ribonucleoproteínas que elas denominaram de telomerase.
      A descoberta de Blackburn e Greider permitiu a conclusão de que a telomerase era um tipo único de transcriptase reversa, que associava um componente catalítico proteico a uma fita de RNA, permitindo a formação da cadeia complementar. Resumindo a solução do problema de replicação estava esclarecida. Já a descoberta de Szostak confirmou o que há muito tempo se desconfiava, a perda de sequências teloméricas está associada ao limite replicativo das células e consequentemente a senescência celular.
     

              Hoje não se tem mais dúvida de que o encurtamento dos telômeros está relacionado ao envelhecimento, porém é necessário fazer ponderações. O envelhecimento é um mecanismo muito mais complexo, na medida em que não envolve apenas um fenômeno. Existem vários mecanismos genéticos que estão relacionados ao envelhecimento, o encurtamento dos telômeros é só mais um. Os telômeros também não estão apenas relacionados ao envelhecimento, existem várias pesquisas com telômeros procurando esclarecer os mecanismos responsáveis pelo câncer.



      A ciência, assim como as artes, a política, demora um pouco para reconhecer seus heróis. As eminentes pesquisas feitas por Blackburn, Greider e Szostak possibilitaram novas perspectivas em relação ao estudo do envelhecimento e do câncer. Quem sabe algum dia novos heróis surjam e embasados nas pesquisas mencionadas neste texto, possam nos dar mais clareza sobre os problemas tão típicos da velhice ou talvez até descubram a cura do câncer.
                                                                                                                                                                   Postado por Deyne Morais

Referências: Revista HCPA Vol. 29, n° 3 (2009)

O stress como fator de envelhecimento.

Todos já ouvimos falar de casos em que pessoas envelheceram muito rápido após uma experiência traumática ou por períodos prolongados de rotina estressante.

O que era antes sabedoria popular recebeu bases científicas, o stress realmente tem influência no envelhecimento. Um recente estudo interdisciplinar conduzido pela Universidade da Califónia em São Francisco (UCSF) avaliou os níveis da enzima telomerase e os tamanhos dos telômeros de cromossomos das células mononucleadas do sangue (linfócitos e monócitos) em mães de filhos com problemas mentais; como controle foram avaliadas mães de filhos saudáveis. Segundo os estudos da cientista Elizabeth H. Blackburn já sabia-se que o envelhecimento celular é representado (em parte) pelo encurtamento dos telomeros e diminuição dos níveis de telomerase.



Ao final do experimento, as mães de filhos com necessidades especiais realmente apontavam menores telomeros e atividade da telomerase quando comaprados com o grupo controle, portanto há uma ligação entre o stress e o envelhecimento. Porém há de se ressaltar que nem todas mães do estudo desenvolveram esse quadro. Isso se deve ao fato das pessoas reagirem a fatos estressantes de maneiras diferentes. De fato o stress envelheçe, mas a forma como filtramos o stress também é determinante.

VS.



  •  Como nosso corpo reage ao stress:
Além das alterações já citadas, o corpo sofre várias alterações no nível sistêmico; algumas delas são:

Aumento nos níveis de cortisol: sua atuação normal no corpo é o contrário do que a insulina faz, porém em níveis excessivos causa aumento da pressão arterial e supressão do sistema imune.
O desequilíbrio do cortisol desencadeia uma série de alterações hormonais que terminam por alterar praticamente todo parametro do corpo ligado a regulação hormonal.

O encurtamento dos telomeros se deve em 50% por determinação genética, mas 50% é determinado pelo nosso estilo de vida.
Aqui vão alguns exemplos:

George Carlin - comediante. Tinha 71 anos à época de seu falecimento. Sua vida foi permeada por vários episódios de excessos com álcool e drogas ilícitas.


 Pelé - jogador de futebol - Aos 70 anos de idade e olha só como o cara tá!                                     Sempre levou (e ainda leva) uma vida saudável.
Compare as imagens


                                                                                        Pelé jogando pelo New York Cosmos em 76.

Aprender a lidar com o stress cotidiano é uma forma de viver melhor e adquirir uma longevidade maior.
Por isso o Blog da Bioquímica do envelhecimento preparou um conjunto de soluções para melhorar a sua vida!

* Não é propaganda da Polishop eu juro!

Vamos as dicas:
1-Maneje seus horários e veja se não há maneiras alternativas para seu trabalho. Às vezes ir de bike para o trabalho pode levar menos tempo e ser mais divertido.

2-Respeite seus limites e durma durante pelo menos 7 horas por dia.

3-Aprenda a se concentrar nos problemas realmente relevantes. Afinal, aquele barbeiro que te fechou na esquina nem vai se lembrar de você quando chegar em casa.

4-Seja cuidadoso com seus gastos para evitar dívidas.

5-Sempre que estiver trabalhando programe pausas ao longo do expediente e gaste 2 minutinhos para respirar calmamente e beber um copo d'água por exemplo.

Para aqueles que estão sob pressão neste exato momento, vocês também não foram deixados na mão, aqui estão as terapias anti-stress:

Kit desenvolvido pela NASA em parceria com Bioquímica do Envelhecimento Inc.                                 ® All Rights Reserved. 

Você também pode tentar isso:



Brincadeiras à parte há várias terapias e massagens disponíveis no mercado, mas sempre tenha esse penamento em mente: A situação nunca é tão ruim quanto parece.

Bem vou encerrar esse post antes que vire um livro de auto-ajuda
Muitos abraços a todos e continuem de olho no nosso blog.


Postado por Pedro Henrique Soares Souza de Souza

domingo, 21 de novembro de 2010

Bioquímica do envelhecimento no twitter.

http://twitter.com/biobiovecchio          
                                                    Já está no ar o twitter do nosso blog!!!!

Por que as mulheres vivem mais do que os homens?

              Não é de hoje que a presença das vovós vem superando em número a dos vovôs.  Além de ser notável a superioridade numérica delas, estudos e dados estatísticos confirmam: as mulheres vivem mais do que os homens.

              A partir dos 50 anos, quanto mais se avança na pirâmide etária, maior é a presença delas. De cada dez pessoas com 100 anos ou mais, oito são mulheres. No total, as centenárias somam cerca de 200 000 em todo o mundo, e a conta sobe mais aceleradamente do que entre os homens. Alguns estudos recentes apontam que a longevidade feminina não é explicável apenas pelo fato delas se cuidarem bem mais do que os homens.



  Sabe-se que com o avanço da idade é natural que a resposta imune perca a eficácia. Investigando isto, pesquisadores da Imperial College School of Medicine, em Londres, publicaram um estudo mostrando que o processo de degeneração do sistema de defesa do organismo, decorrente do envelhecimento, afeta menos as mulheres. Este trabalho publicado na revista especializada Clinical & Experimental Immunology, sinalizou que, entre 20 e 62 anos, o declínio da função imunológica é 30% menor entre as mulheres, o que explica a maior facilidade de se recuperarem de infecções.
Os benefícios proporcionados por um sistema imunológico mais eficiente vão além do ataque mais intenso aos vírus e às bactérias. Pesquisas recentes da epidemiologia do curso de vida, uma área relativamente nova da medicina, indicaram que o surgimento de doenças infecciosas na infância pode favorecer a ocorrência de distúrbios crônico-degenerativos na vida adulta. A hipótese mais aceita é de que as infecções, mesmo quando curadas, deixam para trás pequenos processos inflamatórios. Isso significa que, por exemplo, depois de uma inflamação qualquer, focos imperceptíveis de inflamação podem restar e, a longo prazo, podem migrar para outras partes do corpo — o que favorece o desenvolvimento de outras doenças. Tais resquícios de inflamação estão diretamente ligados ao processo de envelhecimento, pois podem propiciar a liberação de radicais livres e outras moléculas tóxicas.
Mas como alguém conseguiu identificar essa relação entre doenças na infância, consequências no futuro? E como isso pode explicar o fato de a longevidade feminina ser superior à masculina? Aí vem uma interpretação muito sutil e elegante. Um estudo publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences, comparou os dados da mortalidade no primeiro ano de vida com os da mortalidade aos 70 anos em alguns países da Europa. Os dados avaliados são dos séculos XVIII e XIX, época em que os principais problemas de saúde eram doenças infecciosas. Os autores do trabalho constataram que o grupo de idosos com maior taxa de mortalidade por males crônicos, havia se exposto mais às infecções na infância. E mais, é sabido que as meninas são muito mais resistentes a infecções ao longo do primeiro ano de vida, então, pode-se perceber que devido à menor resistência dos meninos, a chance de adquirirem resíduos inflamatórios no início da vida é muito alta, portanto, os homens têm mais chance de apresentarem distúrbios no fim da vida. Podem estar lançadas aí as bases de uma existência mais longa.
Veja agora algumas vantagens biológicas das mulheres na corrida da longevidade:
·         Hormônios: as mulheres estão, durante a maior parte de suas vidas, protegidas pelo hormônio estrógeno (uma barreira contra doenças cardiovasculares, por exemplo);
·         Sistema imunológico: a degeneração do sistema imunológico, inevitável ao passar dos anos, ocorre mais lentamente nas mulheres;
·         Genética: existem pelo menos 1000 doenças associadas ao cromossomo X e como o homem possui apenas um exemplar deste, uma possível doença invariavelmente se manifestará o que não ocorre com as mulheres, já que elas possuem dois exemplares, podendo um neutralizar a imperfeição do outro.

ACALMEM-SE HOMENS!


Não custa lembrar que numa vida saudável, 75% cabem ao estilo de vida e apenas 25% determinados pela biologia.
O que podemos aprender com elas em relação à:
·         Bebida: embora nas últimas décadas as mulheres venham bebendo cada vez mais, o número de homens brasileiros que abusam do álcool é ainda o triplo do de mulheres com o mesmo hábito;

·         Cigarro: o número de homens fumantes é quatro vezes o de mulheres que fumam, na média mundial. Não é preciso nem falar os malefícios do cigarro...;

·         Alimentação: 45,5% dos brasileiros abusam de carnes gordurosas contra 26% das mulheres, 21% das mulheres consomem cinco porções diárias de frutas e hortaliças contra 14% dos homens, fica evidente que a dieta feminina é mais saudável do que a masculina;

·         Stress: as mulheres falam demais! Isso contribui para o tratamento da depressão e de outros transtornos mentais, prova disso é o índice de suicídio entre os homens: o triplo do registrado entre elas;

·         Ajuda médica: essa é interessante, ao sentirem os mesmos sintomas, as mulheres procuram um médico um mês antes do que os homens e sabemos que quanto mais precocemente uma doença é descoberta, maiores são as chances de cura;

·         Adesão aos tratamentos: além de diagnosticarem seus problemas mais cedo, as mulheres aderem melhor às terapias recomendadas por seus médicos, os machões suspendem o tratamento assim que começam a se sentir melhor.

As descobertas sobre as características biológicas femininas relacionadas ao envelhecimento abrem novas frentes de pesquisa para ajudar os homens a viver mais e melhor.
·         Anti-inflamatórios mais precisos: almeja-se desenvolver anti-inflamatórios que possam ser tomados durante toda a vida com isso pode-se combater as microinflamações associadas ao envelhecimento, sem os inconvenientes efeitos colaterais. Nenhum anti-inflamatório existente hoje pode ser tomado por períodos muito longos, sob pena de causar danos graves ao organismo, como nefrites e úlceras.

·         Cápsulas de resveratrol: você com certeza já ouviu falar dos benefícios dos vinhos tintos. Pois resveratrol é uma das maravilhas dessa bebida, pois possui propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes. A produção de resveratrol em laboratório é uma das grandes esperanças no combate ao envelhecimento. Pesquisas com animais mostraram que aplicações regulares de resveratrol combatem os radicais livres. De teste com animais para humanos é um passo...
Alimentar-se de forma equilibrada, não fumar e beber com moderação aumenta a expectativa de vida em onze anos segundo cálculos de médicos da Universidade de Cambridge. Fazer das visitas ao médico um hábito preventivo, e não emergencial, também é algo que os homens podem aprender com as mulheres.

É isso aí homens, aprendamos mais com esses seres maravilhosos!

Até breve!
Postado por: Leandro Villela Biazon
Referências bibliográficas:
Revista VEJA, edição 2190 – ano 43 – nº 45
10 de novembro de 2010, páginas 150 a 156.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

OSTEOPOROSE



Alterações nos mecanismos fisiológicos e moleculares de uma pessoa ocorrem com o aumento  de idade, caracterizadas por um declínio funcional e estrutural. Existe, hoje, um consenso entre os gerontólogos que o envelhecimento além de ser um processo complexo, é também multifatorial, ou seja, o ato de envelhecer é desencadeado por diversos motivos que podem ou não serem simultâneos.
Algumas mudanças são mais perceptíveis quando se chega à terceira idade: são chamadas mudanças anatômicas. O embranquecimento dos cabelos, e aumento da queda deles, com menor substituição natural, isso ocorre com frequência nos homens, a calvície. A textura da pele se modifica pela perda de colágeno. As vísceras, devido à redução metabólica, perdem peso. No sistema cardiovascular são observadas hipertrofia e dilatação do ventrículo esquerdo do coração, e dilatação também do arco aórtico (responsável por bombear o sangue arterial para todo o corpo), isso porque com o avançar da idade existe a tendência de um aumento na pressão arterial. Além dessas, o idoso sofre com enfraquecimento do tônus muscular e das estruturas ósseas, que acarreta a acentuação das curvaturas da coluna vertebral, lordoses e cifoses. Além disso, as articulações se tornam menos flexíveis, com tantas modificações no aparelho locomotor, a pessoa tem um déficit no equilíbrio e no próprio ato de andar.





Abordarei neste post a respeito de uma doença que acomete um enorme número de idosos, a OSTEOPOROSE, e que está relacionada com essas mudanças que o sistema locomotor sofre. Assim como outros tecidos do corpo, o tecido ósseo é renovado, num processo em que as células velhas são removidas e substituídas por células novas, o desequilíbrio desse processo, onde a massa óssea diminui, caracterizando uma desordem esquelética que compromete a força óssea e predispõe o indivíduo a um aumento no risco de fraturas, isso caracteriza a osteoporose.
A estabilidade entre os processos de formação e reabsorção óssea se dá durante a vida adulta, eles ocorrem na mesma velocidade, o que mantem constante a taxa de densidade óssea. Por volta dos 40 anos a taxa de densidade óssea sofre reduções, ou seja, a velocidade de formação é menor que a de reabsorção. Entretanto, em condições normais as mulheres já possuem os picos de densidade óssea menor que os dos homens, por isso são mais acometidas por essa doença. Além disso, as mulheres quando entram na menopausa perdem um fator de proteção, o estrógeno, hormônio feminino que dentre outras funções promove a inibição da reabsorção de óssea.





À essa renovação óssea dá-se o nome de “Remodelação óssea”. A célula primordial do tecido ósseo, os osteócitos, originam as duas células que participam diretamente desse processo, os osteoblastos, formadoras de ossos, e os osteoclastos, as reabsorvedoras. A remodelação ocorre em vários sítios do corpo, os chamados BMUs (unidades básicas multicelulares de remodelação óssea).
A reabsorção se inicia quando os osteoclastos se ligam na superfície óssea e liberam ácidos e enzimas que degradam essa estrutura – cálcio, colágeno e outros minerais- após isso ocorrer, essas células liberam na circulação produtos da degradação, como C-telopeptídeo de colágeno (CTx), que pode ser medido para verificação dos níveis de reabsorção. Depois disso, os osteoclastos sofrem apoptose (morte programada), e se inicia, então, a fase de formação óssea. Os osteoblatos são atraídos para uma fissura óssea criada pelos osteoclatos na fase anterior, onde a preenchem e começam a sintetizar colágeno e outras proteínas ósseas. Assim, o cálcio, principal mineral formador do osso, o fósforo e outros minerais, se ligam ao colágeno e se cristalizam, formando a hidroxiapatita, que é cerca de 90% da matriz óssea. Durante essa última fase, os osteoblastos liberam na circulação a enzima fosfatase alcalina óssea, e a proteína osteocalcina, elas podem ser dosadas no sangue, sendo indicadoras de atividade osteoblástica.  
A regulação do cálcio no organismo é fundamental para a remodelação óssea, já que ele é um dos principais componentes da matriz óssea. A homeostase do cálcio é feita pelos hormônios paratireoidianos (PTH), a vitamina D e a própria ingestão de cálcio. Quando as glândulas paratireoides recebem um sinal de níveis baixos de cálcio no sangue, elas secretam esse hormônio. Ele atua de diversas formas para aumentar as taxas de cálcio em circulação. Na osteoporose o PTH tem papel relevante: ele estimula os osteoclastos a degradarem os ossos, liberando cálcio no sangue. Nos rins o PTH estimula a reabsorção de cálcio durante a filtração, e também estimula o intestino delgado a absorver mais cálcio, essa última indiretamente. O PTH auxilia a transformação de vitamina D3 – sintetizada na pele com a incidência de raios ultravioletas- em vitamina D, essa age diretamente no intestino delgado aumentando a absorção de cálcio. Assim níveis altos de PTH e vitamina D são características de pessoas com osteoporose.

Essas são as fraturas mais comuns em pessoas com osteoporose. No femur; o maior osso da perna. No úmero; osso do braço. No rádio; osso do antebraço. E nas vertebras da coluna.

Agora que já sabemos como ocorre a osteoporose, é importante saber como prevenir e como funciona o tratamento. Abaixo, algumas DICAS para prevenir essa doença:

1.Alimente-se corretamente: uma dieta equilibrada garante  os níveis necessários de cálcio.
2.Pratique exercícios físicos: eles ajudam na construção de ossos saudáveis, porém procure aquele adequado a sua idade, de preferência busque uma recomendação médica.
3.Evite fumar: o cigarro aumenta a perda óssea.
4.Evite o consumo excessivo de álcool.
5.Tome sol.
6.A partir dos 40 anos faça o exame de densitometria óssea anualmente.
7.Procure um médico se você é mulher e está entrando na menopausa, para que ele possa recomendar um reposição hormonal adequada.


Quais são os TRATAMENTOS para osteoporose?

1.Terapia da reposição hormonal: é feito pós-menopausa, e busca aumentar os níveis de estrógeno no sangue.
2.Bisfosfanatos: são drogas que inibem a ação dos osteoclastos.
3.Calcitonina: é um regulador endógeno da homeostase do cálcio, inibindo a reabsorção óssea.
4.Cálcio e vitamina D: são prescritos conjuntamente, a vitamina D promove a maior absorção desse cálcio.

É bom lembrar que esses não são os únicos tratamentos existentes, e cada dia a medicina tenta novas alternativas de tratamento, que sejam mais eficazes. Reforço a importância de se preocupar o quanto antes com a osteoporose, para os mais novos, manter uma vida sáudavel faz toda a diferença para não tê-la. Agora, para os que já chegaram a terceira idade, lembre-se de que nunca é tarde para mudar os hábitos ruins.


Referências:

http://www.scielo.br

Juliet E. Compston, Clifford J. Rosen - Osteoporosis



Postado por:
Meyrianne Almeida Barbosa