domingo, 7 de novembro de 2010

Telômero: o relógio molecular das células.


Telômeros são extremidades dos cromossomos responsáveis pela estabilidade do material genético no decorrer das gerações. A própria palavra telômero já nos dá uma pista de sua localização no cromossomo (do grego telos=fim e meros=parte). Os telômeros podem ser comparados, de maneira leviana, à fita plástica que prende as pontas dos cadarços, impedindo que eles venham a desfiar.
Para se entender a importância dos telômeros nas células, primeiro é necessária a elucidação do conceito de senescência replicativa. Todas as células humanas normais apresentam senescência replicativa, caracterizada pelo limite de divisões que uma célula pode apresentar. Isso acontece porque a replicação do DNA ocorre de maneira descontínua em uma das fitas-molde.
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No processo de replicação a dupla-hélice é rompida por ação da enzima helicase, fazendo que as duas fitas complementares fiquem livres para servir de molde para as outras. A fita de DNA que possui a configuração 5’-3’ consegue servir de molde formando a cadeia complementar por intermédio da enzima DNA-polimerase, no entanto a cadeia complementar da fita de configuração 3’-5’ é feita de maneira descontínua, sendo necessária a ação de sequências curtas de RNA chamadas de primers (iniciadores), que preenche os trechos descontínuos. Depois que a fita complementar é formada, há uma formação de cadeias substituindo os primers, as quais são ligadas ao resto da cadeia pela enzima ligase, entretanto a última extremidade não é substituída pela cadeia complementar depois da remoção do primer. Dessa forma o número de replicações é limitado devido ao encurtamento da fita.
Há, porém, uma solução para o problema do encurtamento da cadeia de DNA. É a ação das enzimas chamadas de telomerases, que acrescentam fragmentos de DNA impedindo que a fita sofra encurtamento. Contudo as telomerases não estão presentes em todas as células humanas.
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No ano de 1998, uma pesquisa feita por Andrea Bodnar permitiu estabelecer uma ligação direta entre encurtamento de telômeros e senescência replicativa. A pesquisa consistiu na adição de telomerases nas células que não as possuem e em seguida observar as alterações em seus metabolismos. As células que receberam telomerase superaram o limite replicativo das células sem telomerase em até vinte vezes.
A descoberta dos telômeros e sua correlação direta com a senescência celular abriu diversas perspectivas quanto ao envelhecimento dos organismos. Por esses e outros motivos, os telômeros são objetos de pesquisas incessantes visando descobertas que possam nos fornecer mais explicações sobre a fase de maior sabedoria da vida humana: a velhice.                                                                                                
Referências: revista Ciência Hoje n° 137.
Postado por Deyne Morais.

2 comentários:

  1. Gostei não Dennys, cadê meu piparote?

    Tô zoando, tá massa o post, a figura foi bem esquema também. =D

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  2. Gostei! Vou usar como bibliografia no trabalho de biocel!

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