domingo, 28 de novembro de 2010

Telômeros: prêmio Nobel de medicina de 2009

              No ano de 2009, Elizabeth H. Blackburn, Jack W. Szostak e Carol W. Greider foram laureados com o prêmio Nobel de fisiologia e medicina.



              Mas por que o vanglorioso Instituto Karolinska localizado em Estocolmo premiou esses três pesquisadores? Simples, esses nobres cientistas foram responsáveis pela resolução de um enigma que se arrastava há décadas sem ser solucionado: O problema da replicação das pontas do DNA. Graças ao incessante estudo realizado por eles, hoje sabemos o mecanismo utilizado pelas células para impedir o encurtamento dos cromossomos. Até bem pouco tempo, um bom geneticista molecular seria incapaz de responder o seguinte questionamento feito por qualquer um que se aventurasse nas pesquisas de genética molecular: se todas as sequências de DNA antes de serem replicadas precisam de um iniciador (primer), que se ligará à fita que deve ser copiada e a DNA polimerase só agirá do primer para baixo, como a sequência em que está inserida o primer vai ser replicada? Resposta: a enzima telomerase catalisará a formação dessa sequência inicialmente não replicada.



       Em 1975 Elizabeth Blackburn começou a trabalhar com as recém-descobertas, e promissoras, sequências repetitivas de DNA terminal na Universidade de Yale, Connecticut, Estados Unidos. Ela rapidamente descobriu a sequência de nucleotídeos que se repetia nas extremidades dos cromossomos, essa sequência era um hexanucleotídeo CCCCAA (quatro citosinas e duas adeninas). Coincidentemente na mesma época Jack Szostak, um pesquisador que acabara de se estabelecer em Harvard, Massachusetts, Estados Unidos, iniciava seus estudos com as extremidades de cromossomos. Ele descobriu que a adição de terminações de plasmídeos de uma bactéria a uma célula fúngica produziria diferentes rearranjos e interações entre as moléculas de DNA impedindo a manutenção da vitalidade da célula fúngica. Esses dois cientistas resolveram reunir esforços, e as ciências biológicas hoje agradecem muito por isso, e ver o que aconteceria com a adição do hexanucleotídeo aos fragmentos de plasmídeos, o resultado foi exatamente o esperado por eles, a sequência CCCCAA conseguiu estabilizar as terminações do plasmídeo. Esse brilhante experimento permitiu a conclusão de que as sequências CCCCAA eram realmente os telômeros, porém ainda não se sabia como eles se replicavam.
      O destino resolveu dar outra mãozinha a Elizabeth Blackburn, uma eficiente aluna de doutorado, orientada por Blackburn, Carol Greider, conseguiu solucionar o problema. Ela adicionou a sequência complementar do hexanucleotídeo CCCCAA, ou seja, TTGGGG e observou que uma enzima catalisava esse processo. A enzima era um complexo de ribonucleoproteínas que elas denominaram de telomerase.
      A descoberta de Blackburn e Greider permitiu a conclusão de que a telomerase era um tipo único de transcriptase reversa, que associava um componente catalítico proteico a uma fita de RNA, permitindo a formação da cadeia complementar. Resumindo a solução do problema de replicação estava esclarecida. Já a descoberta de Szostak confirmou o que há muito tempo se desconfiava, a perda de sequências teloméricas está associada ao limite replicativo das células e consequentemente a senescência celular.
     

              Hoje não se tem mais dúvida de que o encurtamento dos telômeros está relacionado ao envelhecimento, porém é necessário fazer ponderações. O envelhecimento é um mecanismo muito mais complexo, na medida em que não envolve apenas um fenômeno. Existem vários mecanismos genéticos que estão relacionados ao envelhecimento, o encurtamento dos telômeros é só mais um. Os telômeros também não estão apenas relacionados ao envelhecimento, existem várias pesquisas com telômeros procurando esclarecer os mecanismos responsáveis pelo câncer.



      A ciência, assim como as artes, a política, demora um pouco para reconhecer seus heróis. As eminentes pesquisas feitas por Blackburn, Greider e Szostak possibilitaram novas perspectivas em relação ao estudo do envelhecimento e do câncer. Quem sabe algum dia novos heróis surjam e embasados nas pesquisas mencionadas neste texto, possam nos dar mais clareza sobre os problemas tão típicos da velhice ou talvez até descubram a cura do câncer.
                                                                                                                                                                   Postado por Deyne Morais

Referências: Revista HCPA Vol. 29, n° 3 (2009)

O stress como fator de envelhecimento.

Todos já ouvimos falar de casos em que pessoas envelheceram muito rápido após uma experiência traumática ou por períodos prolongados de rotina estressante.

O que era antes sabedoria popular recebeu bases científicas, o stress realmente tem influência no envelhecimento. Um recente estudo interdisciplinar conduzido pela Universidade da Califónia em São Francisco (UCSF) avaliou os níveis da enzima telomerase e os tamanhos dos telômeros de cromossomos das células mononucleadas do sangue (linfócitos e monócitos) em mães de filhos com problemas mentais; como controle foram avaliadas mães de filhos saudáveis. Segundo os estudos da cientista Elizabeth H. Blackburn já sabia-se que o envelhecimento celular é representado (em parte) pelo encurtamento dos telomeros e diminuição dos níveis de telomerase.



Ao final do experimento, as mães de filhos com necessidades especiais realmente apontavam menores telomeros e atividade da telomerase quando comaprados com o grupo controle, portanto há uma ligação entre o stress e o envelhecimento. Porém há de se ressaltar que nem todas mães do estudo desenvolveram esse quadro. Isso se deve ao fato das pessoas reagirem a fatos estressantes de maneiras diferentes. De fato o stress envelheçe, mas a forma como filtramos o stress também é determinante.

VS.



  •  Como nosso corpo reage ao stress:
Além das alterações já citadas, o corpo sofre várias alterações no nível sistêmico; algumas delas são:

Aumento nos níveis de cortisol: sua atuação normal no corpo é o contrário do que a insulina faz, porém em níveis excessivos causa aumento da pressão arterial e supressão do sistema imune.
O desequilíbrio do cortisol desencadeia uma série de alterações hormonais que terminam por alterar praticamente todo parametro do corpo ligado a regulação hormonal.

O encurtamento dos telomeros se deve em 50% por determinação genética, mas 50% é determinado pelo nosso estilo de vida.
Aqui vão alguns exemplos:

George Carlin - comediante. Tinha 71 anos à época de seu falecimento. Sua vida foi permeada por vários episódios de excessos com álcool e drogas ilícitas.


 Pelé - jogador de futebol - Aos 70 anos de idade e olha só como o cara tá!                                     Sempre levou (e ainda leva) uma vida saudável.
Compare as imagens


                                                                                        Pelé jogando pelo New York Cosmos em 76.

Aprender a lidar com o stress cotidiano é uma forma de viver melhor e adquirir uma longevidade maior.
Por isso o Blog da Bioquímica do envelhecimento preparou um conjunto de soluções para melhorar a sua vida!

* Não é propaganda da Polishop eu juro!

Vamos as dicas:
1-Maneje seus horários e veja se não há maneiras alternativas para seu trabalho. Às vezes ir de bike para o trabalho pode levar menos tempo e ser mais divertido.

2-Respeite seus limites e durma durante pelo menos 7 horas por dia.

3-Aprenda a se concentrar nos problemas realmente relevantes. Afinal, aquele barbeiro que te fechou na esquina nem vai se lembrar de você quando chegar em casa.

4-Seja cuidadoso com seus gastos para evitar dívidas.

5-Sempre que estiver trabalhando programe pausas ao longo do expediente e gaste 2 minutinhos para respirar calmamente e beber um copo d'água por exemplo.

Para aqueles que estão sob pressão neste exato momento, vocês também não foram deixados na mão, aqui estão as terapias anti-stress:

Kit desenvolvido pela NASA em parceria com Bioquímica do Envelhecimento Inc.                                 ® All Rights Reserved. 

Você também pode tentar isso:



Brincadeiras à parte há várias terapias e massagens disponíveis no mercado, mas sempre tenha esse penamento em mente: A situação nunca é tão ruim quanto parece.

Bem vou encerrar esse post antes que vire um livro de auto-ajuda
Muitos abraços a todos e continuem de olho no nosso blog.


Postado por Pedro Henrique Soares Souza de Souza

domingo, 21 de novembro de 2010

Bioquímica do envelhecimento no twitter.

http://twitter.com/biobiovecchio          
                                                    Já está no ar o twitter do nosso blog!!!!

Por que as mulheres vivem mais do que os homens?

              Não é de hoje que a presença das vovós vem superando em número a dos vovôs.  Além de ser notável a superioridade numérica delas, estudos e dados estatísticos confirmam: as mulheres vivem mais do que os homens.

              A partir dos 50 anos, quanto mais se avança na pirâmide etária, maior é a presença delas. De cada dez pessoas com 100 anos ou mais, oito são mulheres. No total, as centenárias somam cerca de 200 000 em todo o mundo, e a conta sobe mais aceleradamente do que entre os homens. Alguns estudos recentes apontam que a longevidade feminina não é explicável apenas pelo fato delas se cuidarem bem mais do que os homens.



  Sabe-se que com o avanço da idade é natural que a resposta imune perca a eficácia. Investigando isto, pesquisadores da Imperial College School of Medicine, em Londres, publicaram um estudo mostrando que o processo de degeneração do sistema de defesa do organismo, decorrente do envelhecimento, afeta menos as mulheres. Este trabalho publicado na revista especializada Clinical & Experimental Immunology, sinalizou que, entre 20 e 62 anos, o declínio da função imunológica é 30% menor entre as mulheres, o que explica a maior facilidade de se recuperarem de infecções.
Os benefícios proporcionados por um sistema imunológico mais eficiente vão além do ataque mais intenso aos vírus e às bactérias. Pesquisas recentes da epidemiologia do curso de vida, uma área relativamente nova da medicina, indicaram que o surgimento de doenças infecciosas na infância pode favorecer a ocorrência de distúrbios crônico-degenerativos na vida adulta. A hipótese mais aceita é de que as infecções, mesmo quando curadas, deixam para trás pequenos processos inflamatórios. Isso significa que, por exemplo, depois de uma inflamação qualquer, focos imperceptíveis de inflamação podem restar e, a longo prazo, podem migrar para outras partes do corpo — o que favorece o desenvolvimento de outras doenças. Tais resquícios de inflamação estão diretamente ligados ao processo de envelhecimento, pois podem propiciar a liberação de radicais livres e outras moléculas tóxicas.
Mas como alguém conseguiu identificar essa relação entre doenças na infância, consequências no futuro? E como isso pode explicar o fato de a longevidade feminina ser superior à masculina? Aí vem uma interpretação muito sutil e elegante. Um estudo publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences, comparou os dados da mortalidade no primeiro ano de vida com os da mortalidade aos 70 anos em alguns países da Europa. Os dados avaliados são dos séculos XVIII e XIX, época em que os principais problemas de saúde eram doenças infecciosas. Os autores do trabalho constataram que o grupo de idosos com maior taxa de mortalidade por males crônicos, havia se exposto mais às infecções na infância. E mais, é sabido que as meninas são muito mais resistentes a infecções ao longo do primeiro ano de vida, então, pode-se perceber que devido à menor resistência dos meninos, a chance de adquirirem resíduos inflamatórios no início da vida é muito alta, portanto, os homens têm mais chance de apresentarem distúrbios no fim da vida. Podem estar lançadas aí as bases de uma existência mais longa.
Veja agora algumas vantagens biológicas das mulheres na corrida da longevidade:
·         Hormônios: as mulheres estão, durante a maior parte de suas vidas, protegidas pelo hormônio estrógeno (uma barreira contra doenças cardiovasculares, por exemplo);
·         Sistema imunológico: a degeneração do sistema imunológico, inevitável ao passar dos anos, ocorre mais lentamente nas mulheres;
·         Genética: existem pelo menos 1000 doenças associadas ao cromossomo X e como o homem possui apenas um exemplar deste, uma possível doença invariavelmente se manifestará o que não ocorre com as mulheres, já que elas possuem dois exemplares, podendo um neutralizar a imperfeição do outro.

ACALMEM-SE HOMENS!


Não custa lembrar que numa vida saudável, 75% cabem ao estilo de vida e apenas 25% determinados pela biologia.
O que podemos aprender com elas em relação à:
·         Bebida: embora nas últimas décadas as mulheres venham bebendo cada vez mais, o número de homens brasileiros que abusam do álcool é ainda o triplo do de mulheres com o mesmo hábito;

·         Cigarro: o número de homens fumantes é quatro vezes o de mulheres que fumam, na média mundial. Não é preciso nem falar os malefícios do cigarro...;

·         Alimentação: 45,5% dos brasileiros abusam de carnes gordurosas contra 26% das mulheres, 21% das mulheres consomem cinco porções diárias de frutas e hortaliças contra 14% dos homens, fica evidente que a dieta feminina é mais saudável do que a masculina;

·         Stress: as mulheres falam demais! Isso contribui para o tratamento da depressão e de outros transtornos mentais, prova disso é o índice de suicídio entre os homens: o triplo do registrado entre elas;

·         Ajuda médica: essa é interessante, ao sentirem os mesmos sintomas, as mulheres procuram um médico um mês antes do que os homens e sabemos que quanto mais precocemente uma doença é descoberta, maiores são as chances de cura;

·         Adesão aos tratamentos: além de diagnosticarem seus problemas mais cedo, as mulheres aderem melhor às terapias recomendadas por seus médicos, os machões suspendem o tratamento assim que começam a se sentir melhor.

As descobertas sobre as características biológicas femininas relacionadas ao envelhecimento abrem novas frentes de pesquisa para ajudar os homens a viver mais e melhor.
·         Anti-inflamatórios mais precisos: almeja-se desenvolver anti-inflamatórios que possam ser tomados durante toda a vida com isso pode-se combater as microinflamações associadas ao envelhecimento, sem os inconvenientes efeitos colaterais. Nenhum anti-inflamatório existente hoje pode ser tomado por períodos muito longos, sob pena de causar danos graves ao organismo, como nefrites e úlceras.

·         Cápsulas de resveratrol: você com certeza já ouviu falar dos benefícios dos vinhos tintos. Pois resveratrol é uma das maravilhas dessa bebida, pois possui propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes. A produção de resveratrol em laboratório é uma das grandes esperanças no combate ao envelhecimento. Pesquisas com animais mostraram que aplicações regulares de resveratrol combatem os radicais livres. De teste com animais para humanos é um passo...
Alimentar-se de forma equilibrada, não fumar e beber com moderação aumenta a expectativa de vida em onze anos segundo cálculos de médicos da Universidade de Cambridge. Fazer das visitas ao médico um hábito preventivo, e não emergencial, também é algo que os homens podem aprender com as mulheres.

É isso aí homens, aprendamos mais com esses seres maravilhosos!

Até breve!
Postado por: Leandro Villela Biazon
Referências bibliográficas:
Revista VEJA, edição 2190 – ano 43 – nº 45
10 de novembro de 2010, páginas 150 a 156.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

OSTEOPOROSE



Alterações nos mecanismos fisiológicos e moleculares de uma pessoa ocorrem com o aumento  de idade, caracterizadas por um declínio funcional e estrutural. Existe, hoje, um consenso entre os gerontólogos que o envelhecimento além de ser um processo complexo, é também multifatorial, ou seja, o ato de envelhecer é desencadeado por diversos motivos que podem ou não serem simultâneos.
Algumas mudanças são mais perceptíveis quando se chega à terceira idade: são chamadas mudanças anatômicas. O embranquecimento dos cabelos, e aumento da queda deles, com menor substituição natural, isso ocorre com frequência nos homens, a calvície. A textura da pele se modifica pela perda de colágeno. As vísceras, devido à redução metabólica, perdem peso. No sistema cardiovascular são observadas hipertrofia e dilatação do ventrículo esquerdo do coração, e dilatação também do arco aórtico (responsável por bombear o sangue arterial para todo o corpo), isso porque com o avançar da idade existe a tendência de um aumento na pressão arterial. Além dessas, o idoso sofre com enfraquecimento do tônus muscular e das estruturas ósseas, que acarreta a acentuação das curvaturas da coluna vertebral, lordoses e cifoses. Além disso, as articulações se tornam menos flexíveis, com tantas modificações no aparelho locomotor, a pessoa tem um déficit no equilíbrio e no próprio ato de andar.





Abordarei neste post a respeito de uma doença que acomete um enorme número de idosos, a OSTEOPOROSE, e que está relacionada com essas mudanças que o sistema locomotor sofre. Assim como outros tecidos do corpo, o tecido ósseo é renovado, num processo em que as células velhas são removidas e substituídas por células novas, o desequilíbrio desse processo, onde a massa óssea diminui, caracterizando uma desordem esquelética que compromete a força óssea e predispõe o indivíduo a um aumento no risco de fraturas, isso caracteriza a osteoporose.
A estabilidade entre os processos de formação e reabsorção óssea se dá durante a vida adulta, eles ocorrem na mesma velocidade, o que mantem constante a taxa de densidade óssea. Por volta dos 40 anos a taxa de densidade óssea sofre reduções, ou seja, a velocidade de formação é menor que a de reabsorção. Entretanto, em condições normais as mulheres já possuem os picos de densidade óssea menor que os dos homens, por isso são mais acometidas por essa doença. Além disso, as mulheres quando entram na menopausa perdem um fator de proteção, o estrógeno, hormônio feminino que dentre outras funções promove a inibição da reabsorção de óssea.





À essa renovação óssea dá-se o nome de “Remodelação óssea”. A célula primordial do tecido ósseo, os osteócitos, originam as duas células que participam diretamente desse processo, os osteoblastos, formadoras de ossos, e os osteoclastos, as reabsorvedoras. A remodelação ocorre em vários sítios do corpo, os chamados BMUs (unidades básicas multicelulares de remodelação óssea).
A reabsorção se inicia quando os osteoclastos se ligam na superfície óssea e liberam ácidos e enzimas que degradam essa estrutura – cálcio, colágeno e outros minerais- após isso ocorrer, essas células liberam na circulação produtos da degradação, como C-telopeptídeo de colágeno (CTx), que pode ser medido para verificação dos níveis de reabsorção. Depois disso, os osteoclastos sofrem apoptose (morte programada), e se inicia, então, a fase de formação óssea. Os osteoblatos são atraídos para uma fissura óssea criada pelos osteoclatos na fase anterior, onde a preenchem e começam a sintetizar colágeno e outras proteínas ósseas. Assim, o cálcio, principal mineral formador do osso, o fósforo e outros minerais, se ligam ao colágeno e se cristalizam, formando a hidroxiapatita, que é cerca de 90% da matriz óssea. Durante essa última fase, os osteoblastos liberam na circulação a enzima fosfatase alcalina óssea, e a proteína osteocalcina, elas podem ser dosadas no sangue, sendo indicadoras de atividade osteoblástica.  
A regulação do cálcio no organismo é fundamental para a remodelação óssea, já que ele é um dos principais componentes da matriz óssea. A homeostase do cálcio é feita pelos hormônios paratireoidianos (PTH), a vitamina D e a própria ingestão de cálcio. Quando as glândulas paratireoides recebem um sinal de níveis baixos de cálcio no sangue, elas secretam esse hormônio. Ele atua de diversas formas para aumentar as taxas de cálcio em circulação. Na osteoporose o PTH tem papel relevante: ele estimula os osteoclastos a degradarem os ossos, liberando cálcio no sangue. Nos rins o PTH estimula a reabsorção de cálcio durante a filtração, e também estimula o intestino delgado a absorver mais cálcio, essa última indiretamente. O PTH auxilia a transformação de vitamina D3 – sintetizada na pele com a incidência de raios ultravioletas- em vitamina D, essa age diretamente no intestino delgado aumentando a absorção de cálcio. Assim níveis altos de PTH e vitamina D são características de pessoas com osteoporose.

Essas são as fraturas mais comuns em pessoas com osteoporose. No femur; o maior osso da perna. No úmero; osso do braço. No rádio; osso do antebraço. E nas vertebras da coluna.

Agora que já sabemos como ocorre a osteoporose, é importante saber como prevenir e como funciona o tratamento. Abaixo, algumas DICAS para prevenir essa doença:

1.Alimente-se corretamente: uma dieta equilibrada garante  os níveis necessários de cálcio.
2.Pratique exercícios físicos: eles ajudam na construção de ossos saudáveis, porém procure aquele adequado a sua idade, de preferência busque uma recomendação médica.
3.Evite fumar: o cigarro aumenta a perda óssea.
4.Evite o consumo excessivo de álcool.
5.Tome sol.
6.A partir dos 40 anos faça o exame de densitometria óssea anualmente.
7.Procure um médico se você é mulher e está entrando na menopausa, para que ele possa recomendar um reposição hormonal adequada.


Quais são os TRATAMENTOS para osteoporose?

1.Terapia da reposição hormonal: é feito pós-menopausa, e busca aumentar os níveis de estrógeno no sangue.
2.Bisfosfanatos: são drogas que inibem a ação dos osteoclastos.
3.Calcitonina: é um regulador endógeno da homeostase do cálcio, inibindo a reabsorção óssea.
4.Cálcio e vitamina D: são prescritos conjuntamente, a vitamina D promove a maior absorção desse cálcio.

É bom lembrar que esses não são os únicos tratamentos existentes, e cada dia a medicina tenta novas alternativas de tratamento, que sejam mais eficazes. Reforço a importância de se preocupar o quanto antes com a osteoporose, para os mais novos, manter uma vida sáudavel faz toda a diferença para não tê-la. Agora, para os que já chegaram a terceira idade, lembre-se de que nunca é tarde para mudar os hábitos ruins.


Referências:

http://www.scielo.br

Juliet E. Compston, Clifford J. Rosen - Osteoporosis



Postado por:
Meyrianne Almeida Barbosa







sábado, 13 de novembro de 2010

Mudanças de hábito tem efeito no envelhecimento?

Nem sempre o comportamento do individuo representa ações benéficas para o mesmo. Aquelas cervejinhas junto com um tira gosto são gostosas pra caramba, mas ao longo de 40 a 50 anos elas representarão um grande risco à saúde. Da mesma forma que o ócio em excesso, por exemplo.
Então porque não mudar esses hábitos? Se os novos hábitos forem mais saudáveis, não só os efeitos do novo estilo de vida aparecerão em curto prazo, como poderão significar alguns anos à mais de vida.



Tomemos com exemplo o estudo conduzido no Robert and Arlene Kogod Center on Aging em Rocehster, EUA; onde pesquisador Wang C. (entre outros) estudaram a hipótese da restrição calórica em ratos. Após 3 meses de uma dieta com redução calórica de 26% em ratos de meia-idade, sua equipe detectou a redução de diversas proteínas relacionadas com o envelhecimento como: a γH2AX (associada com DNA danificado), PCNA (indicador de replicação) e a SA β–gal (associada a senescência celular). Além disso foi detectada uma redução de 3,3 a 6,5% do número de células senescentes. Apesar da atividade da telomerase ser igual ou menor do que a do grupo controle, o tamanho dos telômeros dos cromossomos do núcleo das células enterócitas foi maior do que o do grupo controle. Essa preservação pode estar relacionda a diminuição da quantidade de Espécies reativas de Oxigênio, produzidas durante os processos metabólicos da célula e que causam dano no DNA. 
Mais estudos precisam ser feitos para confirmar essa hipótese, mas por hora pode-se dizer que há fortes indícios de que seja verdade.



Pois então, desse estudo podemos tirar indícios de que uma mudança na alimentação pode siginificar um "atraso" no envelhecimento. Além disso, o novo torna a vida mais interessante: caminhar mais ao invés de ficar em casa à toa lhe proporcionárá bons momentos de saúde; brincar mais com os filhos e os netos também; Uma pessoa não precisa virar um maratonista para sair do ócio diário, bastam pequenas doses de exercícios díarios (de preferência, acompanhado por um profissional de educação física).



Os efeitos são bons e o trabalho para conseguí-los é pouco, então por que não tentar? Só depende de você.
Postado por Pedro Henrique Soares Souza de Souza

Fonte: http://www.impactaging.com/papers/v2/n12/pdf/100247.pdf

O stress oxidativo.


Postado por Rafaella Costa

Denomina-se radical livre como sendo moléculas que possuem elétrons desemparelhados, fato este que as torna muito reativas.
A maioria dos radicais livres provém do próprio metabolismo celular, outros são gerados devido à exposição do corpo à agentes externos como fumaça, poluição, medicamentos, radiação eletromagnética e bebidas alcoólicas.
O superóxido (O2-)* é um exemplo de radical livre formado por uma molécula de oxigênio (O2) que recebeu um elétron adicional.Os superóxidos podem originar o peróxido de hidrogênio (H2O2)* e os                             radicais hidroxila (OH 2- )*, que estão entre as substâncias químicas mais reativas, podendo danificar todo tipo de molécula, inclusive o DNA.
Um dos mecanismos de proteção contra os radicais livres é a produção da enzima
superóxido dismutase* que elimina os radicais superóxido transformando-os rapidamente em peróxido de hidrogênio. O peróxido de hidrogênio originado por esta reação pode ser metabolizado com a utilização de duas outras enzimas, a catalase e a peroxidase.
Os radicais livres podem ser úteis ao funcionamento do corpo humano, pois são fundamentais na defesa contra infecções. Quando um antígeno invade o organismo, as células de defesa irão agir contra os invasores e isto só é possível com a ação dos radicais livres. Os macrófagos, por exemplo, despejam uma grande quantidade de superóxidos sobre os organismos indesejados.
Entretanto, apesar de seu efeito benéfico à fisiologia humana, se ocorre em excesso (processo denominado stress oxidativo), o efeito pode ser desastroso às células, causando seu envelhecimento. Os radicais livres agem sobre as células, alterando suas membranas e dando-lhes um aspecto de células velhas que, normalmente, seriam eliminadas pelo sistema imunológico do organismo.
Muitas vezes, os radicais livres podem ligar-se ao DNA das células, alterando o código genético e dessa forma modificando o fenômeno de multiplicação celular.
Quando ocorre o excesso de radicais livres e a quantidade de células é alterada devido ao processo de envelhecimento celular, ocorre um enfraquecimento do sistema imunológico do indivíduo e o organismo não consegue se livrar das novas células que, por se encontrarem alteradas, passam a se multiplicar de forma desordenada, comprometendo o funcionamento do corpo.
Como prejuízos devido ao excesso de radicais livres podemos citar:
o enfraquecimento do sistema imunológico, o envelhecimento celular (já citados anteriormente), manchas pigmentadas na pele, rugas e ressecamento da pele, catarata, arteriosclerose, enfisemas, acidentes vasculares cerebrais (AVC), mal de Parkinson e  Alzheimer.

domingo, 7 de novembro de 2010

Telômero: o relógio molecular das células.


Telômeros são extremidades dos cromossomos responsáveis pela estabilidade do material genético no decorrer das gerações. A própria palavra telômero já nos dá uma pista de sua localização no cromossomo (do grego telos=fim e meros=parte). Os telômeros podem ser comparados, de maneira leviana, à fita plástica que prende as pontas dos cadarços, impedindo que eles venham a desfiar.
Para se entender a importância dos telômeros nas células, primeiro é necessária a elucidação do conceito de senescência replicativa. Todas as células humanas normais apresentam senescência replicativa, caracterizada pelo limite de divisões que uma célula pode apresentar. Isso acontece porque a replicação do DNA ocorre de maneira descontínua em uma das fitas-molde.
*Clique na imagem para aumentar.

No processo de replicação a dupla-hélice é rompida por ação da enzima helicase, fazendo que as duas fitas complementares fiquem livres para servir de molde para as outras. A fita de DNA que possui a configuração 5’-3’ consegue servir de molde formando a cadeia complementar por intermédio da enzima DNA-polimerase, no entanto a cadeia complementar da fita de configuração 3’-5’ é feita de maneira descontínua, sendo necessária a ação de sequências curtas de RNA chamadas de primers (iniciadores), que preenche os trechos descontínuos. Depois que a fita complementar é formada, há uma formação de cadeias substituindo os primers, as quais são ligadas ao resto da cadeia pela enzima ligase, entretanto a última extremidade não é substituída pela cadeia complementar depois da remoção do primer. Dessa forma o número de replicações é limitado devido ao encurtamento da fita.
Há, porém, uma solução para o problema do encurtamento da cadeia de DNA. É a ação das enzimas chamadas de telomerases, que acrescentam fragmentos de DNA impedindo que a fita sofra encurtamento. Contudo as telomerases não estão presentes em todas as células humanas.
*Clique na imagem para aumentar

No ano de 1998, uma pesquisa feita por Andrea Bodnar permitiu estabelecer uma ligação direta entre encurtamento de telômeros e senescência replicativa. A pesquisa consistiu na adição de telomerases nas células que não as possuem e em seguida observar as alterações em seus metabolismos. As células que receberam telomerase superaram o limite replicativo das células sem telomerase em até vinte vezes.
A descoberta dos telômeros e sua correlação direta com a senescência celular abriu diversas perspectivas quanto ao envelhecimento dos organismos. Por esses e outros motivos, os telômeros são objetos de pesquisas incessantes visando descobertas que possam nos fornecer mais explicações sobre a fase de maior sabedoria da vida humana: a velhice.                                                                                                
Referências: revista Ciência Hoje n° 137.
Postado por Deyne Morais.